NOSSA SENHORA DA CONSOLAÇÃO
Cidade SÃO PAULO - SP - ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO
 
História da Paróquia
Às margens do Caminho de Pinheiros, antiga Rua da Consolação, em terras de Ângela Vieira que se estendiam até onde hoje é a Av. Paulista, foi edificada em 1799 a Igreja de Nossa Senhora da Consolação.
O documento dirigido ao bispo diocesano da época, d. Mateus de Abreu Pereira, requeria na íntegra: “Exmo. Revmo: Diz Luiz da Silva e mais irmãos devotos da Senhora da Consolação que elles alcançarão huma data de terra por detraz do Cemitério e como os supplicantes desejam alcançar o despacho de V. Exa. Rev. lhe conceda huma licença para formarem uma ermida no logar que tem explicado pello tempo vindouro que os mesmos Irmãos hão de forma seu Patrimonio para assim poder se Celebrar o sacrifício da Missa, e como não podem fazem sem Licença, portanto P. a V. Exa. Revma. seja servido atender o que os supplicantes implorarão.” Tendo recebido parecer favorável, Luiz da Silva e Irmãos não perderam tempo e, com auxílio de esmolas angariadas, deram início à construção da capela, numa pequena elevação e desviada da rua, inaugurada no ano seguinte.
A região que cercava a humilde Igreja da Consolação nada tinha de aprazível: barro, lama, grandes poças de água estagnadas faziam parte do cenário que mereceu a vista de um fiscal enviado pela Câmara na sessão de 15 de março de 1834 a fim de examinar “outro pantanal que há na Estrada adiante da Igreja da Consolação, na subida do morro.” Mas a edificação da igreja trouxe sorte à aquela area, descrita como “um lugar bastante afastado da cidade e sem moradores” (a ponto de ali ser aconselhada a construção de um novo cemitério na cidade): referências a arruamentos, alinhamentos, aterros de pantanais, construção de muros são comuns nas Atas da Câmara na época.
O bairro ia aos poucos definindo sua fisionomia. Não tardaram a surgir obras públicas relevantes visando proporcionar maior conforto aos moradores das casas que começaram a surgir pelos lados da igreja, estrada acima. Em direção a Pinheiros. A cidade se estendia e se desenvolvia, exigindo da humilde capela acomodações mais amplas, a fim de receber um número cada vez maior de fiéis. Data de 1840 a primeira reforma, que providenciou cinco janelas, duas torres, porta principal e duas entradas laterais, largas escadas de acesso e frente acolhedora.
A Irmandade de Nossa Senhora da Consolação e São João Batista, instruída logo em seguida, imprimiu nova importância à igreja. Um de seus objetivos era o de “amparar os morféticos UE em grande número vagam pela Província.” Outras doenças, porem, exigiram os cuidados e a pronta resposta da Irmandade. Como no caso da epidemia de cólera morbus que atingiu São Paulo em 1855. Tão grave foi o surto que no patio da igreja montou se uma enfermaria com 30 leitos. O reconhecimento das iniciativas da Irmandade (da qual participava o Barão de Tietê, José Manuel da Silva) veio em forma de prédio doado pela Santa Casa de Misericórdia, concedendo à entidade o privilégio de tratar dos doentes acometidos do mal de Hansen. No altar mór, a tudo assistindo a abençoando, estava a pequena imagem portuguesa de Nossa Senhora da Consolação, esculpida em madeira e papel machê: “De pé sobre uma esfera estrelada apresenta na mão direita um cetro e tem no peito o Divino Espírito Santo. Possui sinais, nas orelhas, de ter usado brincos, o que reforça sua origem portuguesa” (Catálogo do Museu de Arte Sacra de São Paulo). Como aparecera essa imagem, nesse escondido canto da Estrada, ninguém sabe. A versão mais aceita é a de que um padre agostiniano, de viagem para Sorocaba, aí parara para celebrar a missa, deixando sobre o altar a imagem com a finalidade de lhe divulgar a devoção.
Com uma população de 3.577 habitantes, “sendo 342 escravos e 8 eleitores” (Azevedo Marques), e afluência cada vez maior de devotos que acorriam em busca das graças de Nossa Senhora da Consolação, a igreja foi elevada, em 1870, à condição de Paróquia, tendo como oragos Nossa Senhora da Consolação e São João Batista, e com poderes sobre a capela de Santa Cruz das Perdizes (até 1879), sobre a de Santa Cecília (até 1891), e também sobre as igrejas do Divino Espírito e de Nossa Senhora do Monte Serrate, do bairro de Pinheiros. Seu primeiro pároco, o cônego Carlos Augusto Gonçalves Benjamin, por razões não registradas, pediu dispensa do cargo alguns anos depois, sendo substituído pelo cônego Eugênio Dias Leite, que, na expressão dos cronistas da época, dotou o templo de Nossa Senhora da Consolação de “ricos paramentos e custosas alfaias”.
Mas a antiga e acanhada igreja de paredes de taipa levantada por Luiz da Silva e Irmãos não resistiu às exigências dos tempos. Na virada do século, mais exatamente em 1907, foi derrubada. Em seu lugar construiu se a igreja que hoje conhecemos, cuja planta encomendou se ao professor de arquitetura da Escola Politécnica Dr. Maximiliano E (o mesmo que projetara as plantas das catedrais de São Paulo e Santos).
“Nessa época, a Consolação vivia mergulhada na quietude bucólica de suas chácaras com os casarões aristocráticos da época, rodeados de árvores frondosas. E quantas eram! A de Dona Veridiana Prada, que abrangia toda a parte alta da Consolação, estendendo se por Higienópolis e Pacaembu afora; a do General Arouche, que ocupava parte da Vila Buarque, largo do Arouche até a avenida São João; a da Marquesa de Santos, que descia da rua Líbero Badaró, alongando se pelo Vale do Anhangabaú, onde havia uma plantação de chá; o viaduto construído para transpor esse vale ficou conhecido como Viaduto do Chá por causa dessa plantação. “ (Reminiscências de um Pároco de Cidade, Mons. Fr. Fco. Bastos)



1799 Despacho favorável do Bispo diocesano Dom Mateus de Abreu Pereira ao requerimento de moradores do Caminho para Pinheiros para construção de uma Igreja
1801 Foi inaugurada a Igreja Nossa Senhora da Consolação
1840 Primeira reforma da Igreja da Consolação, ocasião em que a imagem de sua padroeira seria transferida para a Igreja do Pátio do Colégio (permanecendo nesta até 1896)
1847 Construção da Capela de Santa Cruz do Pocinho que seria filiada à Matriz da Consolação
1855 Instituição da Irmandade de Nossa Senhora da Consolação através do legado do padre Joaquim José da Silva Lisboa
1861 Transferência da Matriz da Igreja de Santa Ifigênia para a Igreja da Consolação, até 1863, devido a reformas no prédio da primeira
1871 A Igreja da Consolação é constituída Matriz da Paróquia da Consolação. O primeiro vigário nomeado foi o cônego Carlos Augusto Gonçalves Benjamin, capitão e ex capelão dos corpos militares paulistas na Guerra do Paraguai
1876 Instituída a jurisdição da Igreja da Consolação sobre a Capela de Santa Cruz das Perdizes (até 1879) e Santa Cecília (até 1892)
1879 Provisão do Cônego Eugênio Dias Leite como vigário da Consolação
1883 O Cônego Eugênio Dias Leite consegue autorização da Assembléia Provincial para extração de loteria afim de obter recursos para a reforma do prédio da Igreja
1885 Novas reformas no edifício da Igreja promovidas pelo vigário Cônego Eugênio Dias Leite
1885 Formação da Irmandade de São João Batista
1886 Construção da Capela do Divino Espírito Santo, filiada à Matriz da Consolação
1891 Construção da Capela de Santa Cruz, na rua Santo Antonio, filiada à Matriz da Consolação
1893 Construção da Capela de São Miguel Arcanjo, na rua Antonio Prado, filiada à Matriz da Consolação
1897 Construção da Capela de Santa Luzia, em Cerqueira Cezar, filiada à Matriz
1906 Provisionamento do padre Virgílio Morato de Gentil de Andrade como vigário da Igreja da Consolação
1908 Construção da Capela Santa Maria de Vila America
1909 Construção da Matriz Provisória
1910 Provisionamento do Cônego Francisco de Mello e Souza como vigário da Igreja da
Fotos da Paróquia
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